domingo, abril 09, 2006

ok

Nuno Cargaleiro @ 12:23 da manhã

domingo, fevereiro 19, 2006

Teste



Nuno Cargaleiro @ 7:59 da tarde

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Caché - Nada a Esconder




Possivelmente nunca falei aqui de um filme tão complexo e chocante como este... Possivelmente poderá passar ao lado de muitos, mas "Caché" é uma obra prima que com o tempo será apurado no gosto cinematográfico das massas... Contudo é um filme extremamente violento, quer no seu argumento ou na forma como transporta-nos para dentro do filme e como responsabiliza-nos do decurso de toda a história... Tudo isto é feito com extrema subtileza, mas quando entendida é tida como um "murro no estômago" que nunca tivemos em mais nenhum filme!...

O conceito inicial é simples: um casal aparentemente normal (Juliette Binoche e Daniel Auteuil, um apresentador de um programa de televisão cultural) e com um filho de cerca de 12 anos começa a receber misteriosamente cassetes em casa que apresenta o seu próprio dia à dia. São horas que são gravadas, mostrando num único plano a entrada da sua casa, mesmo que eles não estão presentes ou não se passe aparentemente nada. A questão sobre quem está a ser o "voyeur" coloca-se logo de início, e o curioso é que a personagem de Auteuil refere a dado momento, ao estar-se a ver na cassete, que era impossível ele ter passado na rua da forma como a imagem apresenta sem ter visto a suposta câmera... E aqui é que a história começa a ficar cada vez mais densa!... Com as cassetes começam a chegar notas com referências do passado, e a situação de tensão começa a revelar mais detalhes sobre a personalidade de cada um.

Auteuil é brilhante na interpretação de um homem que "vai-se desnundando", fazendo aparecer os podres que em nós temos dificuldade em aceitar. A forma coerente como ele desenvolve o decurso da personagem faz perceber que para além de ser um dos melhores actores francês, foi magistralmente dirigido por Haneke. Não é de destrezar a interpretação de Binoche, mas todo o filme centra-se intensamente na personagem de Auteuil, apesar do argumento revelar que os "segredos" não se limitam somente a esta personagem.

Haneke consegue com grande mestria confundir-nos do ínicio até ao fim, e ao menos tempo interpelar-nos numa história que fala sobre mentiras, segredos do passado, racismo e xenofobismo, assim como o desejo perverso "voyerista", que simboliza naquele micro-universo um clima que se sente cada vez mais na nossa sociedade, e com isto refiro sobretudo, a nossa sociedade ocidental.

Desde o momento inicial em que os créditos são apresentados perante a imagem já presente da "câmara oculta", até ao final onde vemos uma sequência onde a mesma "câmara oculta" permanece, somos enebriados pelo decurso do argumento à procura de uma "solução lógica" que nos faça sentir tranquilizados. Como espectadores que somos, acabamos entranhados com o desejo de ver mais, que a história continue,... que os podres sejam revelados, seja qual forem as consequências, e que o "culpado" seja encontrado e punido. Assim, à medida que o desenlace do filme se avizinha procuramos desesperadamente o "culpado", o que vai fazer com que procuremos explicações completamente improváveis.

A solução passa por um aspecto que surge várias vezes durante o filme: as imagens do noticiário que passam na televisão, apresentando guerras e conflitos que decorrem no mundo, onde as personagens são simples espectadores que praticamente nunca "ligam" às mesmas, preocupando-se em vez disso com o "seu próprio mundo". Esta é a metáfora do filme, em que implica-nos como personagens do mesmo filme, retirando toda a passividade do nosso papel como espectador... A câmara nunca existiu naquele "mundo", existindo somente para nossa satisfação e para nosso prazer mórbido. Esse "murro no estômago" acaba por ser mais do que uma "acusação", mas sim um alerta à nossa responsabilidade social e a questões político-sociais que o cidadão ocidental comum procura cada vez mais ficar isento.

Filme extremamente corajoso numa sociedade com tendências cada vez maiores a apatia!... Uma obra prima do mesmo realizador de "A Pianista"... Têm mesmo que ir ver!...

Excelente
5 estrelas

Nuno Cargaleiro @ 4:51 da tarde

quarta-feira, outubro 12, 2005

Crítica: Land of the Dead



George Romero é um mestre em colocar a crítica social em cinema de terror. Com a sua trilogia "Dead" conseguiu criar um nome e uma reputação admirável, o que fez com que a expectativa acerca deste filme fosse muita, sobretudo para os amantes do cinema de terror...

Contudo, este filme não é para todos. Não é um filme intelectual, mas o mais provável é que nem todos os espectadores (incluindo os amantes do "gore") fiquem "satisfeitos" com "Land of the Dead - A Terra dos Mortos". A principal razão para isso prende-se ao discurso do argumento que mantem-se entre o clima de filmes de zombie e o clima dos filmes de crítica social-política. Assim, não terá "gore" suficiente para agradar aos "freaks" do terror, nem será considerado suficientemente "sério" por outros espectadores que olhariam para o aspecto mais social implicado. Mas felizmente, isto não quer dizer que o filme seja mau!... Pelo contrário, o facto que não "querer" adaptar-se às tendências actuais dos filmes de terror determina uma separação comparativa dos restantes, realçando preocupações que actualmente não são normais para os seus pares de género.

Por outro lado, como as produções são feitas com base em lucro, não esperem a segunda parte de "Land of the Dead", possibilidade que teria sido levantada ao início mas que já foi descartada... pelo menos por agora...

Mas porquê dar atenção a "Land of the Dead"? Aqui ficam algumas razões:

1- É George Romero, pessoal!!!!
2- Tem zombies, e não são dos mal feitos!...
3- Tenta inovar, fazendo com que os Zombies consigam comunicar entre si, sinal de uma evolução cada vez mais marcante e que serve para romper alguns clichés do género.
4- Os Zombies andam devagar, mas andam sempre com muiiiiitos amigos...
5- A representação de uma cidade apocaliptica, onde se olharmos com atenção verificamos uma estranha parecença com a nossa sociedade ocidental, onde o consumismo e o capitalismo criam abismos entre as classes sociais cada vez mais acentuados...
6- Tem a Asia Argento!!...
7- Procurar comparar a personagem do Dennis Hopper com os "nossos" políticos e ver a quem serve a carapuça.
8- Tentar "encontrar" (do género "onde está o Wally?") actores que participaram em filmes anteriores de Romero e alguns convidados especiais em pequenas participações especiais...
9- A cena em que os Zombies conseguem entrar na cidade, e todo o massacre que acontece apartir daí...
10- O divertimento que dá saltar da cadeira nos momentos de susto!...
11- A interpretação de John Leguizamo...
12- A vontade de torcer pelos Zombies...
13- O desejo de ver outro filme de Romero assim que o filme acaba.

Por estas razões, aqui fica a minha opinião:

4 estrelas
Muito Bom

Nuno Cargaleiro @ 6:42 da tarde

quinta-feira, agosto 25, 2005

Here i am...



"I dreamt that i was falling

But you spoke like one who can fill me of confidence

Come to me... say to me... i will be like you

Here i am to hold you inside me...

But you turned your backs on me, and i cried...

I could not cry no logger, i became empty

Come to me... say to me... i will turn you

Here i am to burn you inside me...

Here i stand,

i aint no logger the sweetest man,

inside i burn to you, i linger for you...

Here i am...

Here i am..."



poema escrito durante a escuta da canção "Song to the Siren"; fica aqui o mérito e a inspiração...

Nuno Cargaleiro @ 4:26 da tarde

Não há lua como a nossa


Não há madrugada insegura
ou geada realizada,
quando se mete no caminho
póstuo
da nossa antiga morada.
De portas agora fechadas,
em teias se lamenta,
de um corpo deixado
para outras imensas
pertenças.
Sobre o rio me encontraram,
olhando o vazio deixado...
Em tua cama me deitaram
não percebendo
o verdadeiro culpado.
No teu carinho senti raiva
perdendo-me no teu suspiro
e nesta casa fiquei
na noite de lua
te reencontrei...

Não há hipóteses de fuga
desta vez não serei presa,
e aguardo-te ao teu lado
quando a morte
tiver a certeza.
Não há destino que fuja
o que reservei para ti,
se na vida me partiste
na morte
terei mais do que perdi.

Agora dorme, por enquanto
eu afago-te os cobertores.
Não há lua como a nossa
para reunir
dois antigos amores.

Nuno Cargaleiro @ 4:02 da tarde


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